A indústria catarinense registrou um crescimento de 7,4% no acumulado de 2024 até outubro, em comparação ao mesmo período de 2023. Esse desempenho superou o aumento de 3,4% na produção industrial brasileira no mesmo intervalo. Segundo a Pesquisa Industrial Mensal (PIM) do IBGE, em outubro, a produção do setor industrial de Santa Catarina avançou 12,2% em relação ao mesmo mês do ano anterior, mais que o dobro do crescimento observado na indústria nacional, que foi de 5,8%.
O crescimento foi impulsionado principalmente pelos setores de bens de capital, que subiram 13,1% de janeiro a outubro, incluindo segmentos como máquinas e equipamentos (+12,2%) e metalurgia (+10,5%). O presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, atribui o bom desempenho da indústria catarinense à queda das taxas de juros iniciada em 2023, o que favoreceu setores que dependem de crédito para crescer, como o de bens de capital. No entanto, ele alerta que o recente ciclo de alta da Selic, iniciado em outubro, pode ter reflexos negativos em 2025, restringindo o crédito e impactando a produção industrial e o consumo.
O setor de bens de consumo duráveis, que inclui a fabricação de automóveis e eletrodomésticos, também se destacou, com um crescimento de 7,4% em 2024, impulsionado pelo elevado nível de consumo das famílias. Dentro deste segmento, o setor de equipamentos elétricos liderou o desempenho industrial de SC, com um impressionante aumento de 16,2%. Além disso, os produtos de borracha e plásticos cresceram 8,6%.
De acordo com o economista Bruno Haeming, do Observatório FIESC, o dinamismo do mercado de trabalho em Santa Catarina, que se encontra em situação de pleno emprego, tem contribuído para o aumento da renda dos trabalhadores, refletindo-se no consumo. Isso favoreceu o crescimento de segmentos tradicionais do estado, como a indústria têxtil e de vestuário. A fabricação de produtos têxteis, como roupas de cama e banho, cresceu 7,5% no período, enquanto a produção de confecções e acessórios avançou 8,5% até outubro.
Setores beneficiados pelo crescimento da construção civil no estado também apresentaram resultados positivos. O segmento de produtos de madeira cresceu 9,2%, e o de minerais não-metálicos, que inclui a fabricação de cerâmica, avançou 6,7%.